Menopausa e Tratamento Hormonal

Mulher sorrindo

 

A menopausa ainda causa temor a muitas mulheres. Isso acontece porque, juntamente com o término da menstruação, ocorre uma série de fatores e problemas que tiram o sono da população feminina. Entre os sintomas mais comuns estão as famosas ondas de calor, mudanças de humor, ansiedade, depressão, fadiga, irritabilidade, perda de memória e insônia devido a alterações hormonais. Além disso, também são comuns as modificações na flora vaginal, que facilitam o aparecimento de infecções, e a perda de massa óssea, aumentando o risco de osteoporose.

O aparecimento desses sintomas varia de mulher para mulher, mas a diminuição dos níveis hormonais é um fato que ocorrerá a todas elas. A menopausa delimita as duas fases do climatério (período da vida em que ocorre a transição da fase reprodutiva ou fértil para a não reprodutiva, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários), que pode ser dividido em climatérios pré-menopausa e pós-menopausa.

A idade média das mulheres na menopausa é de 51 anos, podendo variar de 48 a 55 anos. Quando ocorre nas mulheres com menos de 40 anos, ela é chamada de menopausa precoce.

Tratamento hormonal

Na década de 1980, a reposição hormonal foi encarada como a melhor opção para prevenção de doenças, inclusive cardiovasculares e algumas neoplasias. Essa visão perdurou por uma década, sendo sustentada por diversas publicações na literatura médica. Entretanto, pesquisas mais recentes não demonstraram resultados tão claros. Um estudo realizado com 16.608 mulheres mostrou que aquelas que receberam terapia de reposição hormonal apresentaram um número maior de casos de câncer de mama. As críticas pertinentes ao estudo foram em relação a idade (mulheres acima de 65 anos) e duração do tratamento (média de 5 anos somente). Essas novas descobertas deram início ao processo de reavaliação do conceito e ao uso de hormônio após a menopausa.

Atualmente, a recomendação de terapia hormonal deve ser individualizada. Sua indicação é mais restrita aos sintomas da menopausa, devendo ser usada na menor dose necessária para alívio dos sintomas. Quando iniciada precocemente, oferece importantes benefícios para a mulher e é segura, desde que a paciente seja monitorizada continuamente. As alternativas para seu uso são medicações sintomáticas (para alívio dos fogachos e secura vaginal) que contêm hormônio. Drogas que aumentam a formação óssea também são extremamente benéficas. É fundamental orientar as mulheres que, independente da terapia de reposição, para a prevenção de doenças cardiovasculares é essencial manter hábitos de vida saudável, controlar a pressão arterial, peso, glicose e praticar atividade física regularmente.

Mulheres em uso do tratamento hormonal devem ser acompanhadas regularmente pelo ginecologista e precisam dar atenção especial às mamas, incluindo o autoexame. Exames de sangue, mamografia, densitometria óssea e ultrassonografia transvaginal estão entre os principais exames de rotina que a mulher deve realizar.

 

Editora médica: Dra. Anna Gabriela Fuks (615039RJ)
Jornalista responsável: Roberto Maggessi (31.250 RJ)