Pílulas Para Dormir Podem Aumentar o Risco de Morte

Mulher deitada com remédio

 

A revista on-line BMJ Open, do British Medical Journal, publicou no dia 27 de fevereiro deste ano, uma pesquisa que constatou riscos de morte quatro vezes maiores para pessoas que fazem uso de pílulas para dormir. O estudo comparou cerca de 10.500 pacientes em uso desse medicamento com outras 23.600 pessoas que não o ingeriam. Apesar do resultado, o risco absoluto das pílulas continua considerado baixo. O trabalho, que durou dois anos e meio, acompanhou os indivíduos em uso de remédios para dormir, amplamente prescritos, incluindo benzodiazepínicos, não benzodiazepínicos, barbitúricos e sedativos.

Participaram do estudo os pesquisadores do Centro de Medicina Preventiva Jackson Hole, em Wyoming, e da clínica do sono Viterbi, na Califórnia. Apesar do número total de mortes no período ter sido considerado baixo, menor que mil, observou-se que um em cada 16 pacientes do grupo que fazia uso das pílulas morreu, enquanto no grupo de não usuários houve uma morte para cada 80 indivíduos.

Os dados revelaram que os pacientes que ingeriram entre 18 e 132 doses de pílulas ao ano mostraram-se 4,6 vezes mais propensos a morrer que o grupo-controle. Aqueles que fizeram uso de dose menor, 18 por ano, tiveram seu risco de morte aumentado em de 3,5 vezes.

As razões que levam ao aumento desse índice ainda não ficaram claras e serão necessárias novas pesquisas a respeito, mas o uso do medicamento em doses elevadas também foi associado a um risco 35% maior de casos de câncer.

Mesmo sem a identificação dos fatores que causam os problemas, os pesquisadores afirmaram que procuraram isolar qualquer alteração que pudesse influenciar no resultado, como problemas de saúde dos voluntários, e que divulgaram a pesquisa como sinal de alerta para os usuários.

 

Editora médica: Dra. Anna Gabriela Fuks (615039RJ)
Jornalista responsável: Roberto Maggessi (31.250 RJ)